Áreas Temáticas e Membros do Comitê

Selecione o área mais adequado para a sua proposta a partir da lista seguinte, e insira-o no local designado no sistema de envio. Só se pode realizar o envio para um circuito. O nome dos membros do comitê do programa é fornecido meramente com fins informativos. Endereçar a sua correspondência APENAS à Secretaria da LASA.

ÁREAS TEMÁTICAS NOVAS PARA A LASA2023

BCP / Biopolítica, cuerpos y posthumanismo

Gabriel GiorgiNew York University
Magdalena LópezInstituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) / Kellogg Institute for International Studies, University of Notre Dame

O surgimento da COVID-19 e os modos como a pandemia foi administrada colocaram em evidência, mais uma vez, a importância das discussões sobre biopolítica. A centralidade do vírus veio corroborar e intensificar linhas de problematização da noção de "vida" e seus deslocamentos entre humano e não humano, orgânico e inorgânico, bios e geos que vinham sendo trabalhadas a partir de distintos ângulos da reflexão biopolítica. É claro que a distinção entre o humano e a natureza própria do humanismo, com a consequente localização do primeiro em termos de superioridade e domínio sobre o segundo, está tendo efeitos letais para a sustentabilidade do planeta. Diante deste panorama identificado com chamado "antropocentrismo", "antropoceno/capitaloceno", "especismo" ou com os efeitos da "máquina antropológica", diversxs estudosxs trouxeram velhas perguntas e formularam outras novas, nas quais premissas sobre as relações entre corpo e política adquirem novas ressonâncias e reinscrevem discussões anteriores. Como se disputam e repensam os limites do humano e seus possíveis agenciamentos com outras formas de vida em contextos de extração intensificada? Como se rearticulam a partir daí políticas sexogenéricas, raciais, culturais? Como pensar a relação e o atrito entre saberes ameríndios, afrodescendentes e a tradição biopolítica? Que fabulações críticas em torno do animal, do vegetal e do mineral se mobilizam contra as linguagens dominantes em torno do extrativismo? Como intervir sobre as inflexões dos velhos e novos autoritarismos em contextos necropolíticos? Nos últimos anos, estas questões vêm sendo exploradas em relação à experiência na América Latina sob diferentes perspectivas, como a do direito, da filosofia, da história, da biologia, da antropologia, do ativismo ambientalista e de direitos humanos, do trabalho social, da literatura, do cinema, das artes plásticas e das pesquisas sobre novas tecnologias. Entendendo que o biopolítico atravessa distintas arestas que excedem os limites disciplinares acadêmicos, convidamos a submeter propostas que dialoguem com estas linhas de trabalho a partir da reflexão crítica a partir e/ou em tensão com a tradição do pensamento biopolítico.

CDM / Chile as Democracy's Mirror in Latin America 

Gabriel Negretto, Centro de Investigación y Docencia Económicas (CIDE)
Sofía Donoso, Universidad de Chile

O Chile tem sido tradicionalmente considerado um dos casos mais bem-sucedidos de democratização na região. Após a reinauguração da democracia em 1990, o Chile foi capaz de evitar os problemas que afetaram outras novas democracias. Uma coalizão de centro esquerda governou o país por duas décadas e compartilhou o poder com uma coalizão de centro-direita, que, desde 2010, também conseguiu ganhar a presidência. A política chilena não foi afetada por crises políticas ou institucionais insuperáveis e teve níveis comparativamente baixos de corrupção pública. Além disso, desde os anos 90, o Chile alcançou uma merecida reputação de sucesso econômico. Entre 1990 e 2010, o país não só multiplicou por mais de três sua renda anual per capita, como também conseguiu reduzir os níveis de pobreza de 46 para menos de 20 porcento. Como na maior parte da região, o Chile experimentou uma relativa estagnação econômica desde 2011. No entanto, a renda per capita continuou a crescer e, em 2019, a pobreza caiu abaixo de 10 porcento.

Da perspectiva da cidadania chilena, no entanto, os sinais de preocupação foram se acumulando com o tempo: a diminuição da confiança pública nas instituições representativas, as demandas por uma melhor educação, saúde, pensões e o cumprimento dos direitos sociais em geral. Essas preocupações atingiram o auge em outubro de 2019, quando ocorreram protestos sociais em massa contra o status quo político e social. Em reação às mobilizações em massa, um acordo multipartidário ativou um processo para substituir a constituição no Chile. O processo capturou a imaginação da população chilena e dos observadores externos porque pode funcionar como uma solução pacífica para o conflito social e desmantelar os restos de uma constituição originalmente projetada para restringir o poder de governos surgidos das urnas. Também promete um novo modelo de elaboração de constituições democráticas em uma região na qual a insatisfação dos cidadãos com o desempenho democrático levou com demasiada frequência a conflitantes processos plebiscitários de substituição constitucional que facilitaram a deterioração democrática ou uma franca regressão autoritária.

No entanto, o processo de transformação democrática no Chile enfrenta muitos desafios que são muito familiares para as sociedades latino-americanas em geral: a falta de resposta das elites às demandas sociais de reforma, a insatisfação dos cidadãos, a crise de representação, a transformação do sistema partidário e até mesmo a ameaça do populismo.

Nesse sentido, o Chile é um laboratório de análise comparativa. Esta área temática do programa destacará a análise destas questões, incluindo estudos comparativos entre os processos sociais e políticos do Chile e os de outros países da região. Em que condições as elites políticas dão uma resposta oportuna e adequada ao descontentamento social? Qual é o papel dos movimentos sociais no desencadeamento de processos de reforma profundos?

LAC / ¿Quién manda en América Latina y el Caribe? De los poderes fácticos a la gobernanza criminal

Luis Daniel Vázquez Valencia, Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), México
Eduardo Porreti, The New School University

Há várias décadas tem-se falado da relevância dos poderes fáticos – aqueles que se exercem não em virtude de ser eleito, mas pela capacidade de pressão ou autoridade que se possui – na tomada das decisões políticas. Enquanto alguns poderes constituídos legais com peso no passado, como a Igreja, perdem capacidade de influência, outros a ganham. Como isso afeta as democracias contemporâneas? A interação entre os poderes constituídos e o poder político pode ser realizada por meios legais, como o lobby ou o financiamento eleitoral de grupos empresariais, as pressões financeiras de organismos internacionais, os meios de comunicação, grêmios de diferentes tipos para obter leis e políticas públicas de acordo com seus interesses. Pode também ser realizado por mecanismos ilegais, como ameaças, subornos, licitações fraudadas, negociações incompatíveis, financiamentos eleitorais ilegais, portas giratórias ou violência. Para acrescentar complexidade, grande parte da interação entre os poderes fáticos e o estado se realiza em zonas cinzentas, com atos que parecem legais, mas cujos meios e/ou finalidades são fraudulentos aos princípios constitucionais e democráticos.

Estamos diante de processos de conluio, cooptação e reconfiguração estatal que afetam não só a representação política, mas também a provisão de bens públicos e a qualidade da democracia. No extremo, estaremos diante de redes de macrocriminalidade, paramilitares, guerrilhas e milícias que podem chegar a instituir a ordem e prover recursos no território por meio de governança criminal e com o acordo governamental. O que acontece com a representação política? Onde fica a tão almejada construção do bem-estar geral? Que circuitos de representação se reconfiguram, e como alteram a concepção da democracia?Como se constrói a ordem política, e para onde vai? Quem manda na América Latina e no Caribe?

PSS / Las protestas sociopolíticas del siglo 21 

Martha Cecilia García, Centro de Investigación y Educación Popular (CINEP)
Moisés Arce, Tulane University

O século XXI foi marcado por ondas de protestos em muitos países da América Latina e do Caribe. Desde a Guerra da água na Bolívia em 2000, o Argentinazo em 2001, passando por aquelas que levaram à Ascensão e queda de Evo Morales (2003-2018) e pelos constantes protestos contra os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela (2002, 2004, 2007, 2014, 2017, 2018). Também houve protestos no Brasil (2013), Nicarágua (2018), Haiti (2018-2019), El Salvador (2019-2020), Porto Rico (2019), México (2019), Chile (2019), Equador (2019), Peru (2019), Colômbia (2019, 2020, 2021) e Cuba (2021). Tais protestos foram realizados por multiplicidade de atores sociais e políticos, que desdobraram no espaço público, e das mais variadas maneiras, diversidade de reivindicações; diversas foram também as respostas governamentais, tanto às demandas apresentadas como aos protagonistas dessas lutas sociais.

A arte, a tecnologia, o ativismo e a academia se entrelaçaram nessas manifestações para potencializar sua visibilidade. Solidariedade, sororidade, cuidados de si e dos outros floresceram na maioria delas. Que condições permitiram que essas ondas de protestos se espalhassem pelo continente? O que dizem esses protestos sobre a democracia na região? São eles mostra da crise da democracia representativa, da legitimidade política ou da polarização social? Como se relacionam os emergentes e renovados atores e movimentos sociais, portadores de demandas de garantias para exercer e consagrar direitos individuais e coletivos, com os partidos e movimentos políticos? Como responderam os governos da região às denúncias de corrupção, violações de direitos humanos e da natureza e impunidade que se expressaram nas lutas sociais? Como os sistemas políticos da região responderam à desconfiança dos cidadãos em relação às instituições políticas?

ÁREAS TEMÁTICAS PERMANENTES

AFR / Indigenous peoples and Afro-descendants: Epistemologies and Knowledge

Elaine Rocha, University of the West Indies at Cave Hill, Barbados
Lucas Savino, Huron University College

AGR / Agrarian and Food Studies

Elisa Botella-Rodríguez, Universidad de Salamanca
Geoff Goodwin, University of Leeds

ALD / Archives, Libraries and Digital Scholarship

Albert A. Palacios, LLILAS Benson Latin American Studies and Collections, The University of Texas–Austin
Jesús Alonso-Regalado, University at Albany, SUNY

ART / Art, Music and Performance Studies

Ángel Quintero, Universidad de Puerto Rico 
Nadia Celis-Salgado, Bowdoin College
Chrissy Arce, University of Miami

CHI / Childhood and Youth Studies

Monique Voltarelli, Universidade de Brasília
Iván Rodríguez Pascual, Universidad de Huelva

CIV / Civil Societies and Social Movements

Adrian Gurza Lavalle, Universidade de São Paulo
Françoise Montambeault, Université de Montréal

CUL / Culture, Power and Political Subjectivities

Diego Rossello, Universidad Adolfo Ibáñez
Gisela Heffes, Rice University

DEM / Democratization and Political Process

Héctor Briceño, Universität Rostock / Universidad Central de Venezuela
Alissandra T. Stoyan, Texas Tech University

ECO / Economics and Political Economy

Daniela Campello, Fundação Getulio Vargas
Francisco Urdinez, Pontificia Universidad Católica de Chile

EDU / Education

Pablo Daniel García, Universidad Nacional de Tres de Febrero - CONICET
Karina Nossar, Universidad de la República

ENV / Environment, Nature and Climate Change

Susanna Hecht, University of California, Los Angeles

FIL / Film Studies

Javier Guerrero, Princeton University
Juana Suárez, New York University

GEN / Feminism and Gender Studies 

Megan Rivers-Moore, Carleton University
Nayla Luz Vacarezza, Universidad de Buenos Aires
Melody Fonseca Santos, Universidad de Puerto Rico, Río Piedras

HEA / Health Policies

Maria de Lourdes Beldi de Alcantara, Universidade de São Paulo
Jadwiga Pieper Mooney, University of Arizona

HIS / History and Archaeology

Alejandra Osorio, Wellesley College
Fernando Ciaramitaro, Universidad Autónoma de la Ciudad de México

HUM / Human Rights and Memory

Maria Eugenia Ulfe, Pontificia Universidad Católica del Perú
Joe Feldman, University of Idaho

INT / International Relations/Global Studies

Víctor Mijares, Universidad de los Andes
Anna Ayuso, Barcelona Centre for International Affairs (CIDOB)

LAB / Labor Studies

Candelaria Garay, Universidad Torcuato Di Tella
Andrew Schrank, University of New Mexico

LAN / Language and Linguistics

Emiliana Cruz, Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS)
Jaime Pérez González, University of California, Santa Cruz-Santa Barbara

LAT / Latinx Studies

María Isabel Puerta Riera, Valencia College
Antonio Sajid López Méndez, University of Florida

LAW / Law and Justice

Raúl Sanchez Urribarri, La Trobe University
Susan Achury, Lycoming College

LIT / Literature Studies

Sophia Esch, Rice University
Miguel Valerio, Washington University, St. Louis

MED / Mass Media and Popular Culture

Iria Puyosa, Digital Forensic Research Lab - Atlantic Council
Celeste González de Bustamante, University of Texas, Austin
Manuel Alejandro Guerrero, Universidad Iberoamericana Ciudad de México

MIG / Migration and refugees

Cristian Doña-Reveco, University of Nebraska Omaha
Thais França Silva, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), CIES-IUL

OTR / Otros saberes and Alternative Methods

Cristina Vera, Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS)
Diana Negrín da Silva, Universidad de Guadalajara

POL / Political Institutions

Oswaldo Amaral, Universidade Estadual de Campinas
María Dolores Rocca Rivarola, Universidad de Buenos Aires

PUB / Public and Social Policies

Merike Blofield, German Institute of Global and Area Studies
Silvia Otero-Bahamon, Universidad del Rosario

RAC / Race and Ethnicities

Hugo Cerón-Anaya, Lehigh University
Gisela Carlos Fregoso, Universidad de Guadalajara
Ana Gutierrez Garza, University of St Andrews

REL / Religion, Politics and Society

Gustavo Morello, Boston College
Valentina Pereira Arena, Universidad Católica del Uruguay

SLS / Sexualities and LGBTI Studies

Lawrence La Fountain-Stokes, University of Michigan
Fernando Blanco, Bucknell University

URB / Urban Studies

María Mercedes Di Virgilio, UBA, Instituto de Investigaciones Gino Germani | CONICET
Manuel Dammert, Pontificia Universidad Católica del Perú
Solange Muñoz, The University of Tennessee, Knoxville

VIO / Security and Violence

Rebecca Hanson, University of Florida